quarta-feira, 24 de julho de 2013

carranca-metade que se perdeu no sonho

paraguai até a morte - outra vez galo cantou baixo no terreiro
enquanto isso esqueço as agulhas na gaveta - papo jurídico que me sufoca  
de olhos muçulmanos - peregrino - me abandono ao vento
é que nunca tive chance - amamento mentira e não caio no golpe da barriga
noite ora lembra parto - aparição - feitiço - ardume que sente
voz que me atiça - quantos prisioneiros hoje contemplaram a lua
meia dúzia - carranca-metade que se perdeu no sonho - como se não bastasse o tempo -
são os desastres da paquera (:
passado reclamando um qualquer desejo - o casamento artificial dos botos
beijo roubado em alta velocidade da oriental sem burca
dossiê de menina ruiva que raspou a cabeça -
toco logo um foda-se na porta do banheiro  -
e gratifico os pardais que se alumbraram no shopping
depois tudo se transforma - enfio meu semblante por debaixo da mesa
do outro lado a rua grita - sentimento já não transborda
a segunda pele é virulenta - sigo exaltando o canto e só me agarro em coisas menores
cigarrilha que apodreceu sem fumo - uma dose de arak pra incendiar a dúvida
corpo tem um novo vagido - rebolado duma civilização em ruínas  
anseio a catarse dos girassóis que se foram - quebradeira - até o papa é uma puta   
na penumbra daquele sorriso - escondia o rosto
a razão na alfaiataria do inexorável destruiu a patente
pelas traquinagens do leito - chuva -
                                                          agiganta minha fronte - fortalece              
               

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