corpo - sal da terra
tigela de fogo anunciando o grito
barricada de vento - puritana dor
vinte e dois automóveis atravancam o trânsito
quis celebrar o presságio e degolar o canto
carrapato grudado em perna de criança
paz que deseja uma segunda chance
palavras divagam plenitude
mas sei que tudo não passa de porcaria
quadrilha que atazanou a idéia
resta ternura se perdendo em meus ossos
generosa morte que transforma
adiante experimento a loucura dos olhos
estandarte da febre - solidão inverossímil de força
na transparência dos cristais - esta voz se manifesta
no intestino das aquarelas - o tédio
planta que me afugenta
ruínas do que fui no relógio da mesma catedral
estranho como os cães de pedra
potencializo sombra - maravilha deste meu cansaço
os visigodos infantilizaram a coroa - a gargalhada de janaína
taquicardia e música - respondo as carambolas do circo
afoito de qualquer instante - ouço o sonho das árvores
melhor paganismo nas pernas da rua
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