vou continuar cantando de garganta destrambelhada com este
corpo latejante
por que abomino certeza - o som vai ser o vento - gralhas
que passam -
barulho de cachoeira e um bocado de chuva pra dar tempero
eis o último registro (
quanto melhor o carro - pior a chance de ganhar carona
tenho outras vozes que me ardem o peito
abortos de campanário - árvores genealógicas pela metade
o caminho perdeu a razão sem nenhum sentido - feito pardal
que me alegra o sonho
entro num cansaço de mim que não dá trela - preso neste
quarto de espasmos infinitos
ninguém me socorre - enquanto teme o gozo -
na memória de qualquer cadáver -
preciso encontrar algumas deleuzianas -
e colocá-las no mastro da massificação que arrocha -
só assim ganharão vida - tesão diante aquilo que devoro
faço aqui de meu grito este fogo - um fôlego de chumbo (
persona que não tem personalidade vai ser eterno personagem
são os aleijados de música - um cartaz sem efeito e outras
cinderelas
que toda condenação seja perpétua - literal-mente falando -
como dádiva - uma marmita foi esquecida na geladeira
reza a lenda que meus olhos choraram (
só tem verdade o que diz penumbra
todo manifesto morre
mas o murmúrio vertiginoso do silêncio nunca falha
...
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