segunda-feira, 1 de julho de 2013

esta língua construiu um império

que nem pé de acerola morrendo a mingua - a cura gay é cheia de gafes  
na solidão virtual do corpo se transforma - transcendendo este adorno
anda de mãos dadas pelas ruas do centro
alegre por enxergar na lama a cor do sol - saia azul que azucrina  
uma passado de merda mendigando melhor futuro continua presente  
não há sucedâneos - sentimental tragédia - o que tem a vida com tudo isso
o segundo sonho apodrecia na rede - uma goleada de ilusões anestesiou a massa
as ruminações do espírito se perderam - tem categoria a nossa decadência
um passe perfeito - onde os personagens da arquibancada gritam
pela punheta duma dor prostituída - os atletas receberam medalhas de cinismo -
e voltaram seus olhos pro alto - pois o confronto das reais mazelas -  
fica sendo supérfluo - diante todo circo - os bufões do verde e amarelo cantam -
a desgraçada paz patética da pátria - como a sutil propaganda da igreja -
os suicidas da fé compartilham o churrasco
contrabandistas bolivianos vão castrando cultura
até o gado aqui ficou sem chão   
plantações de eucalipto arrasam a terra
mineradoras avacalham desde sempre  
esta história só cultivou fatalidades ao longo do tempo
esqueceu o tal shakespeare na cozinha e agora sente a profecia da foice  
nutrindo um orgulho derradeiro pelos mesmos fantasmas vagabundos
desejo dúvida - sem nenhum salmo de palavra
esta língua construiu um império                 

Um comentário:

  1. A língua mesmo a língua que nunca foi de ninguém sem nem um cu pra lamber.
    Muito bom testo POETA, te dou folga amanhã, vem pra cá!

    ResponderExcluir