quinta-feira, 11 de julho de 2013

o retalho das vísceras caladas do tempo

aos grilos que se alimentam de cana - rinocerontes dentro de nenhuma zoologia
longe de qualquer partido - dedico meu corpo - fauna-flora do invisível
a poesia que me abraça - entre os demais presságios -
os botocudos dormem
a reunião das facas é tão trivial como a maldição dos autores  
caipirinha adocicada lembrou falta
rascunhos de imortalidade na periferia daquela existência
outro dia lhe conto o flerte do espelho
flores para o vai e vem dos dedos
silêncio novo que enlouqueceu o verso
uníssono estandarte - criaturas invocam o nada
as mandíbulas da arqueologia e seu grito
ouço que meus olhos adoeceram - nem pude encontrar o verde de cada virtude
escarros no plebiscito da pele - desastres que alteram a obra
deuses que devoram o traço - exílio que vem do agir
o jeito deveria ser prisioneiro de manhãs suspensas
outrora na carranca da sátira sentencio revolta
na floresta de sonhos minguados - boto batom em boca torta
vespa no cabelo rosa da prima - murmúrios e muralhas  
é preciso incentivar os vagalumes da única tragédia
o retalho das vísceras caladas do tempo
coisas que acovardam um pouco mais a espécie
povoam a voz litigiosa dentro da lâmpada
pernilongos livrescos que aceitaram o lodo e o risco  
no garimpo astronauta da ordem - com desdém a matéria das sombras
imunidades parlamentares da mesma balela
o princípio musical deste vôo nunca se fragmenta
terreiro de embarcações melindrosas
teatro daquilo que não se aproveita
anarquista sedentário - frente de batalha  
na proeza do pacto há um califado de insignificâncias se mostrando
caixa preta - piloto - os proletários da última página já não se excitam              

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