sexta-feira, 19 de setembro de 2014

a luxúria das pedras

dentro dela o mesmo choro viajou pro cinema
e levou toda bagagem
sua vivência morava em tudo
nunca teve orgulho tampouco quis possuir um nome
serena como a brisa impressionara o fluxo
a glória das coisas menores transcendia qualquer rotina
a batalha dos dias igualmente iguais
na embriaguez dum novo sentido
era duma beleza assustadora
arcaica
resquício de um passado presente
revisitava a memória
onde pirilampos atômicos
dragões mediúnicos
flores no charco
habitavam o sonho
se fortaleciam suavemente
feito paradoxo
na paz vertiginosa de todo herege
construiria outro reino
mexilhão da voz
primitiva luz
mar magnético
amanteigando ainda mais esta melancolia
chega na desordem veloz do corpo
desejando
na espiral dos vícios
a luxúria das pedras
lingua na hipnose do canto

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