sexta-feira, 19 de setembro de 2014

chaga de minha pele vertiginosa

sim
nunca vou pensar em plenitude
neste trânsito
serei
eu
lanterna
farol
abajur
da mesma carne
da mesma casta
singular de solidão
meio as deidades
que pairam neste recanto
foi preciso oitenta e duas pernas
desejando o todo
afim de transtornar
o paraíso
infernal desta cuca
aderindo a seiva
néctar que escorre na coxa
fantasia o próprio impulso
o tesão duma nova placenta
distante do palco
prazerosamente
alado de rua
sem nenhuma performance
chaga de minha pele vertiginosa
ali no leito
amamenta
o bandoleiro
este amor cigano
só de sequelas
não adianta
o sabor invisível
daquele sangue
menstrua
a fauna da noite
agindo em surdina
efêmero ladrão
contamina o subterfúgio
alarga a visão que me cega
sitiando a ponte
não há preludio
vozes distantes
neste quarto me chegam
cores ociosas de vento
se apresentam
fortificai
o peito
a quimera
o quimono
o sagrado de toda orgia
no abismo da boca
silêncio lírico
amada
sigamos viagem ...

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