quinta-feira, 18 de setembro de 2014

druida na loucura do canto

essa puta escreve errado mesmo
sem medo na aritmética do gozo
seu português tupiniquim assusta
cospe em todo beletrismo 

ismo broxa
e não tem tanto verbete quanto os idiotas da lógica imaginam
aos olhos dela
acadêmico reza só receita
feito automóvel velho decadente abandonado em qualquer esquina
debaixo de chuva ou no terreiro
vendo minha carne aos transeuntes do efêmero
só não aceito escambo
por que isso nunca foi um jogo
ainda assim amo o tapete
a turbina esquizofrênica do corpo
inferno astral
deus
druida na loucura do canto
aproveita e se acasala pelo abandono da química
no regalo do ventre 

nevrálgico
sinestésico
tesudo por toda bruxaria naquela noite
o desamparo trouxera fome
grito na sede da espada
este sentimento escorre na crueldade do verso voluptuoso
infante
chupa o seio da ninfa
apertando o rosto da bonequinha
marginal porra nenhuma
amplamente mal lido
pouco devorado
nesse meio tão medíocre nada lírico
estivesse a margem
melhor seria cadeia
nas barbas de dostoiévski 

subsolo
vaidade dos que se sentem especiais meio a tanta lama
jean genet no brasil ia se fuder
nossa senhora das flores
olho só que beleza lá no prelo seu livrinho trivial
hoje se realiza
beato na fila afim dum autógrafo bate punheta
escritor oficio
tem só resquício
sinto nojo
caminho pra mim sempre foi outro
je est un autre
adeus rimbaud
papagaio do mesmo vento
cheio de sequelas
a virgem louca
cumpre sua temporada
sem fôlego
o fogo do poetinha virtual não perdeu o juízo
nem pro sonho deu o cu
tampouco pra solidão lunática da terra
imagina se abre a boca

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