sábado, 9 de fevereiro de 2013

abadas de volúpia - dedo delirante

tem as tardes: corpo marron chupando sorvete

o cinema iludindo o que sobra da publicidade
uma batalha frugal mesmo quando não devolve a motocicleta
segue e atordoa os protozoários agrícolas
diplomacia aqui nunca foi sinônimo de capacidade
urubus eruditos continuam sobrevoando a carniça
as potrancas com seus shortinhos enfiados no rabo
rastejando pelas ladeiras barrocas
em busca de mais um trago não morrem
é o carnaval do fim e outras marionetes litúrgicas
na quarta de cinza o mesmo refrão domina
o aguardente do corpo goza
o sagrado e o profano se mistura
os abortos da falsa folia acontecem
minha pele em busca de outras palavras
deixou anêmico os espantalhos do ego
notória invasão tão ébria
não vou celebrar de alma vazia o fugidio instante
atropelo os compositores e os cupins do artifício
o enredo que denegria o samba
provável que os impostores se escondam atrás de seus tambores
e que a epidemia se propague
pelos becos e vielas da cidade taravilhosa fedendo a mijo



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