sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

musas maloqueiristas

protagonista duma vida miserável no seio do feio horizonte
comi o rabo da sereia com limão
sem saudosismo nem maloca o poema ficou pela metade
xuleta buxeta tinha olhos verdes e disposição pra encarar futuro
eu não
contemplava das janelas barrocas outras putarias 
quando comprar um submarino vou vender meu sangue 
mijar café na jamaica - esquecer o quadro dentro do ônibus
e sacar de vez o revólver
pelos canteiros de sonho
orvalho foi quem beijou a boca dos girassóis
só uma coisa meu picolé nunca derrete
musas maloqueiristas deixai-me dar risada
nunca fiz parte nem fiz pose
os livros que li se transformaram em caramujos nas mãos de chico
também sei gostar pra além do meio - fingir que nado na piscina
estas são minhas palavras
eis que minhas sequelas andam batendo bola noutro campo
mas só é bom quando o gramado fica verde
jogo descalço e nem me preocupo com os pregos
com os urubus sobrevoando a carniça
cansei de suas falsas festinhas dionisíacas
conclusão odeio o karma da cara de seus tais poetas

Um comentário:

  1. sábado, 16 de fevereiro de 2013
    Sim amigo pode ser um mundo de indiferença total, mas não me afastando do cotidiano faço significar mais
    Os fotógrafos de uma atualidade de máquinas fotográficas unidos em um projeto internacional colocaram suas imagens na maior galeria do mundo numa exposição que vai durar o resto dos dias ou até ninguém mais saber o quê é um dia e todos os lambes lambes do passado em baixo de seus panos pretos fazem a crítica do momento atuam num 3x4 profissional e transformam quadros antigos em arte contemporânea estavam dizendo enquanto eu passava atirando sem ninguém ouvir dei um tiro da escada do
    chinês que pegou a ponte sem lago e um pedaço de um pensador virou silhueta esta trapizonga sugere ilustração de livro antigo ou um novo clichê para um novo Proust escrever quem sabe um novo Brassai tentar entender uma Brasília fora dos jornais revistas redes televisão cinema música mídia documentários palavra solta no texto homem comum dragão soltando fumaça...

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