domingo, 3 de fevereiro de 2013

os professores deveriam aprender a cagar o espontâneo

ócio no ofício 
cirurgia plástica no cardápio das almas enrugou o âmago
a calamidade do corpo e sua gula 
manequins ao longo do rio colorado
destruições cíclicas 
afim de atingir estados mais avançados de espírito
a dança dos kachinas
a raça do arco-íris esperando estrela azul na terra
porventura morre ironizando a coisa
mestre ignorante com sua vigília
sonho suntuoso nas alamedas de maio
as carrocerias se transformaram em leitos
camponeses dormem no pau-de-arara
um girassol nasce meio a confusão do concreto
edifícios se eternizam com minha chegada
os imigrantes ainda moram longe
a favela ainda é vítima dos mesmos ditadores sanguinolentos
os robôs da passividade ainda não foram degolados
a pátria e o prazer do parasita tem lá suas semelhanças
o karma coletivo dos deuses incendiários continua
a cidade iluminando o que sobrou da tragédia goza
o teatro das truculências hebraicas
sabe ser hipócrita na frente do espelho
as embarcações ficaram no breu
construindo em olho d água das flores um personagem
os piolhos da volúpia receberam espalhafatosas condecorações
artifíciais recursos para bronzear a pele
dinheiro mascarando o nojo
os hedonistas do ego adoram
os professores deveriam aprender a cagar o espontâneo
abandonar as máquinas e os tamancos - as sequelas da prova
tanto alarde e o contexto continua paralítico
é a enfermidade dos olhos de quem só enxerga o óbvio

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