tapete de tampinha limpa
barro até de pano
plínio marcos pela paulista com
bisgodofú catira
contei que fui camelô na
feira da torre
serafim ponte grande na vida
testículo que dava coice
cigano e
estivador de poeiras cósmicas
uma cortina de ossos
aprendendo ao avesso instigar
o olho
amanhã
novos amores virão - nem
carece de encomenda
a propaganda da mesmice já
não tem mais fôlego
os canapés eram flutuantes - cerveja
choca e vernissage
farelo de biscoito no
banheiro - uma só falácia
tudo isso - nem peça desculpa
pelo gesto
vai tomar um porre - depois
con-versar com seu umbigo
volúpia contamina
a toda hora -
mistério
então toma
banho de mar
cospe em quadro de galeria
surpresa se os orixás interrogassem
o gosto
se atacassem o semblante da
rua e da passarela
palavra que mergulha no ócio sai
enriquecida de glória
no oceano da incerteza
com patuá de pérola
comunga por outra
boca
in ressonância
por outra obra
as colombianas dormem
meu papagaio canta - paquistanês arrota
cachorro passou a ser o dono
da rua
rei nas aldeias do âmago
montanha com três olhos - na
testa tem um furo
faixa de gaza - palestino prana
cosmogonia de querubim manco
uiva
mediria o silêncio por outra
língua
verso por sua pajelança - por
sua chaga
adiante nem precisaria de
livro
espanto
seria privilégio
gozo fantasmagórico
bandeira
firmamento fingiu leveza
calcinhas de turbulência perdiam
força