sábado, 6 de abril de 2013

que as veias abertas do desamor não me sufoquem

triste entre as tribos do oxigênio terrestre no começo fui devaneio
copo de coxinha - uma pausa por falar em favela
e essa desastrosa idéia sentimental das coisas que emanam do peito
pertinente doença que me faz ir embora
o marca-passo no coração do irmão - ter consciência que habito isso
que estou preso dentro do quarto - na liberdade do sonho
seqüestraram a prata enquanto jogavam os ícones na fornalha
fui derramando meu fluxo pela rua
o sol encharcava de suor o terno - mas teatro de lei só sabia furta o dinheiro do povo
os idiotas sorriam e bajulavam - o que faço são frascos de fantasia
a fraqueza dos praticantes do ócio
que nem propaganda na carne no deserto de toda trivialidade se alcança
estou como as prostitutas e as prateleiras de casa
egolatria na porta do escritório - guanabara de múmias - também vou assistir o episódio 
contempla aí os pernilongos dengosos - pedi poema - achei uma merda
rezo aos deuses pra que eu possa ultrapassar vontade de transcendência
que as veias abertas do desamor não me sufoquem
avacalho as proibições do verbo - enquanto escrevo os rabugentos dormem
falsifico postura - quero mais é que tu mostre o rabo
ontem a morena do boteco me deu um cheiro
se fiquei abestalhado foi pela falácia - o rebolado da cabrocha me assaltava
essa foi só pra aliviar o rumo - por que vou depositar o dinheiro na poupança 
freqüentar a praça de madrugada - espero te encontrar mastigando outra memória
que essa fala de repente possa espancar o gozo - iguais enganos
sabonete de soldado - na micose da história - aquele civil bebaço machucou mendigo  
o cataclisma dos quilombolas do canto loa:
omolu - meu orixá de pipoca - caboclo de fogo - bico de viúva - azeitona doce do desconhecido
se estas palavras são suas - quem as encantam sou eu - desperto a magia pra além da praxe
se plantam cana pra alimentar automóvel - sangue de glicose fica ainda mais caro
foi só uma metáfora com gostinho de mentira pra engatar o romance das águas
o bicho vem - o ponteiro bóia
todavia barriga de espantalho virou pança
propina no mercado lucrativo da pele         





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