sempre fui homem de pouca certeza
criança que adora tomar banho
de chuva
deliciosamente não tenho
planos
silêncio pode ensurdecer
palavra
fantasia é o que me fala -
vento me freqüenta
na maestria de cada cisco
encontrei ressonância
pai das manhãs que me devoram
ilumina meu escuro - as gafes
do verso
robusto de asneiras -
espantalho ascendente do corpo
nas andanças do sonho - nem
preciso sentir saudade
cansaço chega e flutua
nos portais do crânio acendi
outra vela
flamboiã nem se preocupa com
a seca
os cristais eram imaginários de
sol
gosto que não se eterniza
a integridade do atalho
satirizou a estrada
daqui a pouco posso sentir o chão
agora estou de nuvem
vou me acasalar com as pedras
fetiche de capim santo no
terreiro
os guris se reúnem no vilarejo
do olho
as brincadeiras brotam sem a
angústia do traço
minha língua desenha
cantiga de roda debaixo da
mangueira
chicotinho-queimado na rua
dos pardais
nem me interessa a calma
os botões do casaco eram de abóbora
o vestido de bailarina e
quimera
coração que abomina regência
só tem como reino distância
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