terça-feira, 16 de abril de 2013

fantasia é o que me fala - vento me frequenta

sempre fui homem de pouca certeza
criança que adora tomar banho de chuva

deliciosamente não tenho planos
silêncio pode ensurdecer palavra

fantasia é o que me fala - vento me freqüenta
na maestria de cada cisco encontrei ressonância

pai das manhãs que me devoram
ilumina meu escuro - as gafes do verso

robusto de asneiras - espantalho ascendente do corpo
nas andanças do sonho - nem preciso sentir saudade

cansaço chega e flutua
nos portais do crânio acendi outra vela

flamboiã nem se preocupa com a seca  
os cristais eram imaginários de sol

gosto que não se eterniza
a integridade do atalho satirizou a estrada

daqui a pouco posso sentir o chão  
agora estou de nuvem

vou me acasalar com as pedras
fetiche de capim santo no terreiro

os guris se reúnem no vilarejo do olho  
as brincadeiras brotam sem a angústia do traço

minha língua desenha
cantiga de roda debaixo da mangueira
chicotinho-queimado na rua dos pardais

nem me interessa a calma

os botões do casaco eram de abóbora
o vestido de bailarina e quimera

coração que abomina regência
só tem como reino distância



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