quarta-feira, 3 de abril de 2013

mandinga do prato numa só aventura


foram épocas de imaginação que configuraram sua existência
a matança dos bois em harpas de arame nem moldura sertão
no socorro sem paredes do sonho - as cores se enforcam
eremita exaltou cansaço - desvirginou a pedra
cobra d’água só cala a boca com nota de cem
no interior do país logo barbariza o karma
quem viu incêndio nos arranha-céus de osso não esquece
quando come cadeia aí fica lixeiro
na vitrola do esquecimento alagoano
se prega na parede o quadro dança  
confesso - adoro esse sentimento bélico
o peso de cada bala - o chiado de cada tiro  
as semi-automáticas do desejo me encantam  
contei que o haxixe era vendido dentro da empada
que árabe só fazia lavagem com loja de tecido no paraguai  
mesquita três da tarde e um promissor contrabando
apesar das framboesas de rimbaud   
gosto quando a coisa transcende o discurso  
aqui - sem novela - a maleta continua abarrotada - o telefone dispara
combi à diesel pra vingar o experimento no fundo é verso   
circo - biblioteca ambulante sem os carrancudos sintomas  
quero que o sono me arrebate - deixando o tédio da história enfraquecido
chuva canto - versátil até em lida de curral
casa que me habita tem um novo corpo
a cadeira ficou paralítica - aguapés aceleravam o ânimo
nos estrangulamentos da neve -  presença retém mandala  
ouçam
os hereditários da poesia nunca tiveram tutano
nas páginas da impotência engolem as rabanadas do ego  
multi-merda são os visuais arranjos do óbvio  
mandinga do prato numa só aventura

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