foram épocas de imaginação que
configuraram sua existência
a matança dos bois em harpas
de arame nem moldura sertão
no socorro sem paredes do
sonho - as cores se enforcam
eremita exaltou cansaço -
desvirginou a pedra
cobra d’água só cala a boca com
nota de cem
no interior do país logo barbariza
o karma
quem viu incêndio nos
arranha-céus de osso não esquece
quando come cadeia aí fica
lixeiro
na vitrola do esquecimento
alagoano
se prega na parede o quadro
dança
confesso - adoro esse
sentimento bélico
o peso de cada bala - o
chiado de cada tiro
as semi-automáticas do desejo
me encantam
contei que o haxixe era
vendido dentro da empada
que árabe só fazia lavagem
com loja de tecido no paraguai
mesquita três da tarde e um
promissor contrabando
apesar das framboesas de
rimbaud
gosto quando a coisa transcende
o discurso
aqui - sem novela - a maleta
continua abarrotada - o telefone dispara
combi à diesel pra vingar o
experimento no fundo é verso
circo - biblioteca ambulante
sem os carrancudos sintomas
quero que o sono me arrebate
- deixando o tédio da história enfraquecido
chuva canto - versátil até em
lida de curral
casa que me habita tem um
novo corpo
a cadeira ficou paralítica - aguapés
aceleravam o ânimo
nos estrangulamentos da neve
- presença retém mandala
ouçam
os hereditários da poesia nunca
tiveram tutano
nas páginas da impotência engolem
as rabanadas do ego
multi-merda são os visuais
arranjos do óbvio
mandinga do prato numa só
aventura
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