segunda-feira, 29 de abril de 2013

na cambalhota das cores - incremento a noiteira

como os pardais franceses - vizinho cabeça oca - nas convulsões do churrasco - convida
chá de canela - folha de laranjeira - cigarro verde e um funk
esquece - monta a padaria e salva a lesma babosa do homem      
bêbado que desenha sol inca sem nenhuma complacência pergunta:  
a memória instigou o gozo da gangorra ou da eternidade
mina d’água - sei que a fumaça se multiplicaria  
era uma vez - menina magrela de mini-saia perdida em subúrbio carioca
no portão da mãe deita e espera - tesão rudimentar no meio da lama   
o mesmo motoqueiro com seu cadeado do século dezoito se afasta  
argumento segregou o osso da cela  
guia perdeu alma no gelo - tu deu pitaco desconhecendo o nirvana  
agora me atura dentro de outra carne - carcomendo os curupiras da seqüela  
a beleza da forma é incompatível com a doença dos dedos  
o sapato vermelho do bardo que não almoça
garatuja a perna do equilibrista  
falei da facada - da mordida e do beijo  
das paqueras do amanhã - deusa vietnamita sem nenhuma cerca  
mistério aqui continua - ilumina
minha fala de falo - ofende - eu sinto - sempiterno nada  
pergaminho da pele que só descasca
carinho também pode ser cratera
atravessa os corredores reais da existência 
bota pau nas alcovas do desejo  
bate o carro no cabaré baiano atrás de punheta
prova que foi tomar daime no acre e que nunca gostou daquilo
em voz alta cantarolei o mantra:
desastroso-deboche - anjo-demônio daquela incerteza    
sacrifica logo o filho - a tampinha de refrigerante enfia no rabo
na cambalhota das cores - incremento a noiteira  
meia dúzia de ovos - choupana fria         
    


Nenhum comentário:

Postar um comentário