terça-feira, 12 de março de 2013

a temperatura do sonho repetia seu segredo

minhas aulas de acordeon com aquele cego tem prosperado
única frustração - falo pra ele
foi não ter feito carreira como pastor da igreja universal com missão na àfrica
dou risada - sei encher o saco - satirizar toda verdade - pra contar gloriosa mentira
adoeceu os abridores fantasmagóricos do firmamento
cara ficou feia - inesperado se apresenta
do mar ao norte - o negócio de nossa boca vai pra frente
é muita cerveja pros já barriga inchada
jangadeiros desobedecem os limites do corpo
um flutua - outro peida
gosto mesmo é de temosia
vissionários de argila - o gozo do barro
barbudão ainda chora - repetiu como papagaio as palavras do livro e não fez nada
por oitenta e duas vezes pensei em mudança
mas a comodidade das mulas só me fez atravessar a ponte
aqui protesto besteira que consagra
deus já pode ser comprado a varejo
gafanhoto de peruca e coruja sedentária
naquele dia os porcos atiçaram orquestra
a temperatura do sonho repetia seu segredo
saturado de vozes os demais idolatravam vazio
o mais novo emprego
oferenda para os órixas do invisível
oftamologistas da contemplação
projeto meus anseios noutro olho
a matemática anêmica de qualquer esquecimento - escapa
acaso são as avalanches da pele
uma idéia camuflada

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