a tal diz que odeia palavrões
logo disparo: palavrão sempre
foi patrimônio da língua
criança gosta de tudo aquilo
que se esconde
sacou toupeira que estou
falando de educação sem maquiagem
nunca de seus graozinhos
emagrecedores da moda
tu fica aí de sorriso amarelo
como um filhote de academia
enquanto meu corpo continua
num corre frenético
olha só - seu aluno vai ser
phd em putaria - freqüentador de zona - pai de família
três da tarde o cara fala porra na televisão e tu dá risada
pastor feliciano propaga maldição
por atacado na tranqüila
sem pensar no esculacho primoroso do funk que passa o
tempo todo
agora vem com falácia de
respeito - um caralho
quer mais
não tem essa coiseira libertária
de ensino merda nenhuma
bonito foi sempre o
aprendizado da ignorância
esse seu lado função professora
é broxa
aqui no brasil - o barato hoje
é escola com cara de cadeia
diretora sexista de minissaia
- piá fumando maconha na cantina
coisa de mestre - sei me
entregar as sombras
sem fazer cara de cu - sua
moralista duma figa
trabalhei lá naquele seu esquema
de oficina
moleque desenhava no papel irmão
levando tiro na frente da mãe
sem o falso paraíso dos que
ordenham miséria
você não agüentou o tranco
aqui os universiotários só
pensam em cevada
tem até os diplomados em coma
alcoólico na república do capeta
depois tu bate no peito em
mesa de boteco dizendo que ama o que faz
recebe o salário da passividade
se achando política
sábado vai pro motel e no
domingo prepara aula
improvisa na trepada
mas só sabe bater punheta em
cima da cartilha
trouxe a palmatória - a mesma
chamada do século dezoito
o livro mentiroso de história
do mec
pagou a mensalidade da creche
sua cretina
responde
preocupada com a bolsa
vagabunda de mestrado conta até o troco
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