terça-feira, 19 de março de 2013

arremedos do invisível não lembrado só leproso

os invisíveis querem ser vistos -  frequentados
como se já não bastasse toda putaria urbanóide-contemporânea da arte
vestem a camiseta e não incendeiam de vez o palco - desorganizam nada
mas do outro lado do limbo canto: me dá nojo os arremedos de alma
a postura pós-moderna dos mesmos patetas
com seus ray-bans brancos em vila madalena espalhados pela rua
páginas e páginas - apesar do prazer amargo da vida
os demais se parecem - reproduzem o mesmo discurso
só não grafitam as vísceras do firmamento 
é o escarro on-line dos comodistas nostálgicos
a influência dos pernilongos sem causa
o pseudo-esconderijo dos que se julgam sensíveis e nunca pegaram nas mãos um arado
foi preciso mastigar pastilhas de sangue
pra que eu conversasse com estes príncipes e com os plágios da heresia 
lembro-me dos que abriam a boca que mais parecia uma boceta pra falar em projeto
uma só lei - pra que exista - fálica ilusão arisca
tomate era o que apodrecia dentro da galeria - ali esgoto à céu aberto
a idêntica garoa de oitenta - onde os folhetins da angústia foram comprados
só uma ressalva:
o mais premiado dos escultores nunca frequentou o masp e sempre morou numa favela
piolim era o palhaço burguês da burocracia fascista de 22
invisível - só me adiantou nódoas
tu era criança fedorenta ainda que sentia medo de roubar o doce
pai cigano foi quem me ensinou a fraude
fiz de tudo - tapei buraco de br - bolo envenenado na padaria
e fui maldoror de eternidade sem vergonha na cadeia 1-5-7
hoje nem sou cético nem sou cívico
só atrapalho o trânsito dos hedonistas afrescalhados
enquanto camelô me vende relógio - digo que não sei dosar o tempo
ele pedala nas cruas manhãs de brasília e escreve-in-visão de raio laser toda vida
trocamos cores e os aboios da língua 
então sirva-me deste conhaque mais um pouco
embriaga logo seu umbigo - que não sei dar nome
espectro algum atravancou o universo
a fragilidade do homem degustou o gênero
importante dizer - poucos são os que estão ao meu lado
mas o lodo anda cheio de parasitas em adorno
todavia anseio pernoitar num sonho - acordar primeiro - ludibriando a carcaça
pois os potros da invenção não foram domesticados
carrapatos - são caprichos na pele natural da bicharada
espinho - o armamento das flores
outrora - amamento os olhos daquele duvidoso oásis
de novo - nas quitandas experimentais do ritmo
a palavra com suas gastura - a gastrite da gostosa que mastiga folha de coca
essas coisas - e seus documentários de vaidade - me trouxeram do ócio - ódio
prossegue aqui a egolatria de seu mais novo brinquedo

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