sexta-feira, 15 de março de 2013

romãs semelhantes do crânio sem concerto

cansaço veio - joguei livro de artaud em cima do colchão
e fui pensar a vida sem idéia nehuma de rizoma
aquele corpo sem orgãos aprendeu a devorar as cores do infinito
hoje tem fogos de artifício na rotunda - aquela onde passa o trêm
o primeiro dia internacional do medo
os mesmo babacas com suas bikes afrescalhadas do elétrico que não pedalam
compreende
a fotografia do manequim quebrado ficou pela metade
sempre falta luz quando vou fingir acerto
lembro da porra do marcelo - careca de coturno - vestido de noiva esfarrapada pela cidade
a coisa só possuia silêncio o bastante pra ficar em seu canto
em mim ermo dançava
como se fosse ave - nasceriam asas em minhas costas
enxergaria lá de cima com outros olhos tudo
pra ser tão nada de repressa
hiperativas minhas nuvens pouco dormem
habitam outros segundos e nunca precisam de muleta
país rico é país sem proeza - coletivo sem pescoço
mortalha de besouros contemplativos
sei que ultrapasso a razão do movimento e a matéria
capitalistas de rastafari por qualquer esmola se aproximam
tais como as barbies de tread bebedoras de cachaça
mesmo que faça alarde - alimento o sangue dos relicários
meu lodo romântico
romãs semelhantes do crânio sem concerto

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