segunda-feira, 18 de março de 2013

olhos fitos no firmamento me agasalham

borboletas minguadas
sujeito estranho de observações não lineares - este sou eu
não rotulei a noite e nunca diagnostiquei o risco
fui vivendo - inventando pelos secos e molhados do mundo a coisa
a mistureba de um só universo dança em minha cuca
amo essa voz que dispara feito relâmpago
os farrapos de escuta que em mim transbordam
por que sei das artimanhas do tempo - nada é definitivo
as carambolas do fim iluminavam o muro
por lá habitei as varandas vagabundas do olho
vi desenhos de sombra enlouquecendo a fome dos pardais
entreguei-me ao sol de temperamentos obscuros
só não posso entender a linguagem carnívora dos homens 
desejo contemplar ainda mais o barco 
boto as pérolas do discurso em tuas mãos de aconchego
conheço a vida de toda paisagem
e as miopias da ficção desaparecem
resta ao sonho outras tarântulas
no trapézio deste traço
seu travesseiro de montanhas - meu lençol de estrelas amarrotadas
a musculatura das flores - com suas sementes de pinha
trouxe um novo orgasmo
chega a chuva apagando a poeira do chão
misterioso desejo - alfarrábios fortaleciam a oferenda
vento foi quem invadiu a casa
mitificando a dor no calabouço do peito
meu rastro na areia da praia se qualifica
prefiro entregar aos tamanduás amor sentido
espancar a gula dos altistas religiosos do erro
ali sentencio perda - as palavras se repetem - avolumam-se
deixo lontras de primavera pra depois
num cardume de peixes durmo 
aquario não me seduz - algas bem maior que o cheiro
de resto - todos os dias - as mesmas agulhas
o colorido desta febre - o capoeira que mora em nova lima 
porém - olhos fitos no firmamento me agasalham

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