segunda-feira, 4 de março de 2013

fome daquilo que não se idolatra

dali sempre trazia novidades
o gozo dos olhos por nunca ficar parado
o desajuste de palavras que sonham
invisível de toda linguagem - aludia espanto
renegando as borboletas da razão - mistério é o que guarda
conhece a história dos ray-bans brancos
daquele soldado norte-americano que matou árabe
eram atiradores de elite sem causa
assalariados de sangue
hoje os mesmos panacas da cultaria usam a coisa por influência da moda
jamais reconhecerão o gemido da raça
são os majoritários do ego
os frequentadores de um sarau vira-lata
outrora com bastante pedigree e outras rugas
exaltou silêncio e cuspo no vácuo
alegria por não fazer parte
de nunca precisar dos que pouco sentem
até que outras tragédias se comungasem pelo bigode
fortaleceria a fome daquilo que não se idolatra
ninguém mais calou desejo
dejetos em desamparo

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