domingo, 31 de março de 2013

razão dandara

no azul do céu de dandara
vender imóvel é sinal de patifaria
de abandonar o barco antes de qualquer naufrágio

porém meu olhos proclamam um fôlego terreno
confessam amar a fertilidade do sonho

em tempos de resistência
nem as hortaliças aqui descansam

palestinos execrados da mãe terra
irmanados de pinheirinho é o que somos

vem de ordem capitalista preencher de vazio o que julgam ser seu

todavia os deuses do asfalto

desconhecem a força de cada árvore

do braço de cada homem

uma vida orgânica fez desta ocupação um império

no assentamento do corpo
manhãs de alma transbordam

em carrinho de bebê cada tijolo era um filho
uma vitória contra os urubus da ditadura
  
na realidade da razão
a beleza daquele instante só poderia exaltar a luta

na alegria das janelas flutuantes
sua permanência

como um reflexo de mina d’água nos olhos da criança sem freio

cada choupana em dandara é um baluarte
precioso lugar - seu leito  

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