no azul do céu de dandara
vender imóvel é sinal de
patifaria
de abandonar o barco antes de
qualquer naufrágio
porém meu olhos proclamam um fôlego
terreno
confessam amar a fertilidade
do sonho
em tempos de resistência
nem as hortaliças aqui
descansam
palestinos execrados da mãe terra
irmanados de pinheirinho é o
que somos
vem de ordem capitalista
preencher de vazio o que julgam ser seu
todavia os deuses do asfalto
desconhecem a força de cada árvore
do braço de cada homem
uma vida orgânica fez desta ocupação
um império
no assentamento do corpo
manhãs de alma transbordam
em carrinho de bebê cada
tijolo era um filho
uma vitória contra os urubus
da ditadura
na realidade da razão
a beleza daquele instante só
poderia exaltar a luta
na alegria das janelas
flutuantes
sua permanência
como um reflexo de mina d’água
nos olhos da criança sem freio
cada choupana em dandara é um
baluarte
precioso lugar - seu leito
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